Arthur Bispo do Rosário perambulou numa delicada região entre a realidade e o delírio, a vida e a arte. No refúgio de sua cela, BLOCO 10 ULISSES VIANNA na COLONIA JULIANO MOREIRA, Jacarepaguá o paciente psiquiátrico produziu mais de OITOCENTAS obras consagradas no mercado internacional de arte contemporânea. Criou um universo lúdico de bordados, assemblages, estandartes, esculturas e outros objetos.
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ASSEMBLAGE ou ASSEMBLAGEM - É um termo francês que foi trazido à arte por Jean Dubuffet em 1953. Usado para definir colagens com objetos e materiais tridimensionais.
Com o objetivo de reconstruir o mundo, Bispo reúne objetos retirados de seu
ambiente cotidiano, utilizando seus próprios critérios de “organização das coisas”,
como ele mesmo dizia. Após a seleção das peças, o artista as prende em placas de
madeira ou papelão, se preocupando com a base, pois eram feitas para serem
expostas no chão e apoiadas em paredes. Essas são as assemblagens de Bispo do
Rosário, chamadas por ele de vitrines.
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Utilizou sobras de materiais dispensados no hospital para criar suas obras, inventando um mundo paralelo, feito para Deus; decidiu que a maneira de salvar os objetos seria recobri-los com fio.
E passou a fazê-lo, desfiando o tecido de seu próprio uniforme para, com o fio assim obtido, envolvê-los.
ORFA - Objeto Recoberto por Fio Azul(O.r.f.a.) São as obras criadas por ele a partir dos fios de suas roupas e de outros internos da
Colônia Juliano Moreira.
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OS BORDADOS
Bispo desfiava o próprio uniforme azul do manicômio, e aproveitava fio por fio, para costurar e bordar usou lençóis, cobertores e uniformes.
Manto da apresentação (frente)
Manto da apresentação (costa)
Manto da apresentação(costa) e detalhe do avesso
Manto da apresentação totalmente aberto
Manto da apresentação (avesso)totalmente aberto
Manto da apresentação(avesso) costa do manto no cabide
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Os estandartes são todos bordados, com palavras e desenhos que
geralmente traziam parte de sua própria história de vida, como os navios, por
exemplo, que são figuras muito presentes em seus trabalhos devido ao período em
que trabalhou na marinha
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ESTANDARTE NAVIOS DE GUERRA - FRENTE E VERSO
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ESTANDARTE A HISTORIA UNIVERSAL,
DETALHE DO ESTANDARTE A HISTÓRIA UNIVERSAL: A insígnia é um “sinal distintivo que é atributo de poder, de dignidade, de posto, de comando, de função, de classe, de cor,
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ESTANDARTE MAPA DA COLONIA JULIANO MOREIRA (Frente e verso)
DETALHE DO BORDADO NO ESTANDARTE MAPA DA COLONIA : O astrolábio, é
um instrumento naval antigo, usado para medir a altura dos astros acima do horizonte. Inventado por Hiparco de Nicéia, era usado para determinar a posição dos astros no céu e foi por muito tempo utilizado como instrumento para a navegação marítima com base na determinação da posição das estrelas no céu. Mais tarde foi simplificado e substituído pelo sextante.
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Os fardões contêm bordados de nomes de pessoas
que passaram por sua vida, como os membros da família Leoni e os funcionários na
Colônia Juliano Moreira.
EU VIM. Farda tipo militar, azul marinho com 4 tiras amarelas (plásticas),
nos punhos; bordada com floral e nomes próprios, em linha
branca.
, Japona de lã azul-marinho, gola de veludo lilás, com nomes e ornamentos
bordados e numa das mangas, escala de cores
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“Capa de Exu”(LÁZARO, 2006, p. 220 –Foto de Rodrigo Lopes)Não encontrei nas fontes nada que indicasse como Bispo entendia a referida peça. Será que intencionava vesti-la? Em qual ocasião? O que ela representava para ele? De forma equivocada, Exu é muitas vezes associado à figura do diabo cristão; descrito como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Talvez Bispo tivesse introjetado esse discurso e a “Capa de Exu” simbolizasse, na sua cosmogonia, o Diabo, o mal que o personagem deveria enfrentar no dia do Juízo Final, antes de ascender aos céus. Conforme Aquino (2006, p. 47) a peça era pouco conhecida pelo público. Segundo ele, tal fato deve-se ao “esforço de braquificação de Arthur Bispo do Rosário”, empreendido por alguns críticos de arte e também pela imprensa, que não intencionavam colocar em evidência a negritude ou a presença da cultura de origem africana em suas criações.
“Capa de Exu”
(LÁZARO, 2006, p. 220
–
Foto de Rodrigo Lopes)
Não encontrei nas fontes nada que ind
icasse como Bispo entendia a referida
peça. Será que intencionava vesti
-
la? Em qual ocasião? O que ela representava
para ele?
De forma equivocada, Exu é muitas vezes associado à figura do diabo
cristão; descrito como um deus voltado para a maldade, para a
perversidade, que se
ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Talvez Bispo tivesse
introjetado esse discurso e a “Capa de Exu” simbolizasse, na sua cosmogonia, o
Diabo, o mal que o personagem deveria enfrentar no dia do Juízo Final, antes de
ascender aos céus.
Conforme Aquino (2006, p. 47) a peça era pouco conhecida pelo público.
Segundo ele, tal fato deve
-
se ao “esforço de braquificação de Arthur Bispo do
Rosário”, empreendido por alguns críticos de arte e também pela imprensa, que não
inte
ncionavam colocar em evidência a negritude ou a presença da cultura de origem
africana em suas criações.
“Capa de Exu”
(LÁZARO, 2006, p. 220
–
Foto de Rodrigo Lopes)
Não encontrei nas fontes nada que ind
icasse como Bispo entendia a referida
peça. Será que intencionava vesti
-
la? Em qual ocasião? O que ela representava
para ele?
De forma equivocada, Exu é muitas vezes associado à figura do diabo
cristão; descrito como um deus voltado para a maldade, para a
perversidade, que se
ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Talvez Bispo tivesse
introjetado esse discurso e a “Capa de Exu” simbolizasse, na sua cosmogonia, o
Diabo, o mal que o personagem deveria enfrentar no dia do Juízo Final, antes de
ascender aos céus.
Conforme Aquino (2006, p. 47) a peça era pouco conhecida pelo público.
Segundo ele, tal fato deve
-
se ao “esforço de braquificação de Arthur Bispo do
Rosário”, empreendido por alguns críticos de arte e também pela imprensa, que não
inte
ncionavam colocar em evidência a negritude ou a presença da cultura de origem
africana em suas criações.
“Capa de Exu”
(LÁZARO, 2006, p. 220
–
Foto de Rodrigo Lopes)
Não encontrei nas fontes nada que ind
icasse como Bispo entendia a referida
peça. Será que intencionava vesti
-
la? Em qual ocasião? O que ela representava
para ele?
De forma equivocada, Exu é muitas vezes associado à figura do diabo
cristão; descrito como um deus voltado para a maldade, para a
perversidade, que se
ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Talvez Bispo tivesse
introjetado esse discurso e a “Capa de Exu” simbolizasse, na sua cosmogonia, o
Diabo, o mal que o personagem deveria enfrentar no dia do Juízo Final, antes de
ascender aos céus.
Conforme Aquino (2006, p. 47) a peça era pouco conhecida pelo público.
Segundo ele, tal fato deve
-
se ao “esforço de braquificação de Arthur Bispo do
Rosário”, empreendido por alguns críticos de arte e também pela imprensa, que não
inte
ncionavam colocar em evidência a negritude ou a presença da cultura de origem
africana em suas criações.
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UTILIZANDO SOBRAS DE MATERIAIS DISPENSADAS NA COLONIA JULIANO MOREIRA COMO VIDROS, MADEIRAS, PLÁSTICOS, PAPELÕES, GESSOS, GRAVURAS... CRIOU OUTRAS OBRAS DO INVENTÁRIO DO MUNDO.